Bruno Giorgi | 1993

Apresentação

No próximo dia 8 de junho, terça-feira, às 21 horas, a Galeria Multiarte estará inaugurando exposição do escultor Bruno Giorgi. São vinte e seis obras, em bronze e em mármore, cuidadosamente selecionadas de modo a representar diversos dos principais períodos da produção do artista, desde a década de 1940. Dentre elas, versões de peças hoje célebres, como por exemplo Meteoro (Ministério das Relações Exteriores) e Candangos(na Praça dos Três Poderes), ambas em Brasília, ou Labareda (Palácio dos Bandeirantes), em São Paulo.

Nascido em 13 de agosto de 1905, em Mococa, São Paulo, Bruno Giorgi aos seis anos de idade fixou-se com a família na Itália, iniciando estudos de escultura. Em 1936, transferiu-se para Paris, França, estudando então com Aristide Maillol, freqüentando as Academias Ranson e Grande-Chaumière, e participando dos Salões de Outono e das Tulherias. De volta ao Brasil em 1939, integrou-se ao movimento modernista, em seguida desenvolvendo intensas atividades artísticas e a partir desta época participando das mais importantes exposições coletivas nacionais e internacionais. Fixando-se no Rio de Janeiro em 1944, acentuou-se o caráter exponencial de sua obra no movimento moderno e, depois da década de 1960, foi efetivamente consagrado como dos mais importantes escultores na arte brasileira deste século, obtendo prêmios relevantes e merecendo o entusiasmo da melhor crítica brasileira.
Como observa Max Perlingeiro, diretor da galeria Multiarte, no texto de introdução publicado no catálogo da mostra: “Suas obras são monumentos de poderosa significação artística e humana, dotados de uma grandeza interior que é talvez a principal e distintiva característica da escultura em relação às demais artes plásticas. Característica que torna ainda mais evidente a permanência e a intemporalidade da arte – sua impressionante capacidade de transmitir a todos nós a certeza de que haverá um futuro, e de que nele os homens de agora serão lembrados pelo testemunho contido na produção artística de sua época.”
Durante o período de apresentação da mostra serão exibidos dois raros filmes sobre a obra de Bruno Giorgi. O primeiro, produzido na década de 1960, registra de maneira sensível e completa as diversas etapas de execução de uma escultura do artista, além de estabelecer o percurso básico de sua carreira em termos biográficos e estéticos. Originalmente em 16 mm, foram agora convertidos para videoteipe:
SÉRIE ARTISTAS BRASilEIROS: BRUNO GIORGI

Direção: Alfredo Souto de Almeida Narração: Harry laus
Preto e branco, narrado em espanhol.

FORMA E ESPAÇO
Direção de fotografia: Ronaldo Foster

Argumento e direção: Mario Molina

Colorido, narrado em português.

Bruno Giorgi

Bruno Giorgi

“Anárquico é o pensamento e rumo à anarquia marcha a história” – com esta máxima, Malatesta oi Sócrates firmou a longa marcha ideológica em que me envolvi desde criança.

Já fui nacionalista, republicano, socialista, comunista e se procurar direitinho ainda hei de achar em alguma gaveta a batina de coroinha.

Em arte, começo acadêmico – cópia rigorosa da Natureza – a seguir, impressionista a la Rodin, deformação, abstrato, geométrico. Hoje, em política e em arte sou anarquista graças a Deus, como diz minha amiga Zélia Gattai.

Acabaram-se os rigores e os princípios. Posso acordar figurativo e adormecer concretista. Enfim, à minha maneira sou livre e nesta nova dimensão vou vivendo.

Catálogo virtual

Exposição realizada na Multiarte.