Bruno Giorgi | 2006

Apresentação

DEPOIS DE SUCESSO NO RIO DE JANEIRO, A EXPOSIÇÃO BRUNO GIORGI (1903-1995) INAUGURA NA MULTIARTE

Um ano depois de ter realizado a maior retrospectiva do artista Bruno Giorgi (1903-1995), na Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, a Galeria Multiarte tem o privilégio de apresentar, a partir de 29 de agosto, uma nova exposição deste notável escultor, agora, em Fortaleza, cidade onde expôs pela última vez, antes de sua morte em 1993.

Ao apresentar a exposição Bruno Giorgi (1905-1993) comemorativa do centenário de nascimento do artista, realizada no Rio de Janeiro, em agosto de 2005, Max Perlingeiro em sua apresentação comentou: “Bruno Giorgi e a escultura moderna brasileira se confundem ao longo da sua trajetória. O escultor foi consagrado por críticos internacionais como o francês Michel Seuphor, (1901-1999), o inglês Sir Herbert Read (1893-1968) e o pensador e filósofo alemão Max Bense (1910-1990), um estudioso sobre a estética na arte. Bense costumava se referir a Bruno Giorgi como um dos três maiores escultores contemporâneos ao lado do escultor russo Ossip Zadkine (1890-1967) e de Alberto Giacometti (1901-1966)”.

A coleção apresentada passa por uma diversidade de materiais, técnicas, épocas e tamanhos bronze polido, bronze patinado e mármores, das décadas de 1940 a 1980; obras de pequeno formato e obras monumentais. Dentre as esculturas, cabe destacar Abstração em madeira natural, os bronzes Anchieta – cuja obra definitiva encontra-se em Tenerife, na África, a emblemática Mulher em triângulo, Donaire na sua versão em tamanho natural, Orfeu – executado em homenagem a seu amigo, o diretor de teatro Zibgniew Ziembinski (1908-1978) e os torsos femininos em mármore de Carrara, rosa de Portugal e negro da Bélgica.

Como forma de complementação didática, além de visitas escolares, será exibido um depoimento do artista gravado em 1985 por ocasião das comemorações dos seus 80 anos.

Discípulo do célebre escultor francês Aristide Maillol, com quem estudou em Paris, Bruno Giorgi identificou-se com nossos modernistas em 1935, cujas idéias inovadoras o fizeram tentar imprimir os traços de nossa cultura cabocla, indígena e mulata à linguagem escultórica. Com os ensinamentos de Maillol, Bruno troca o peculiar sabor clássico do modernismo da época por novas tendências, o que o leva a produzir uma obra considerada eclética.

Filho de pais italianos nasceu em 1905 na cidade paulista de Mococa. Aos seis anos, Bruno volta a Toscana com sua família, onde não demonstra nenhum interesse pelas matérias escolares, e passa os dias desenhando em vez de fazer as lições de casa. Foi enviado então para estudar desenho em Roma. Por um equivoco, Bruno acaba sendo matriculado num curso de escultura, que vai abandonar logo em seguida, tornando-se autodidata. Volta ao Brasil no final da década de 1930 onde rapidamente retoma o contato com a cultura brasileira, e insere sua obra no cenário artístico nacional, expondo em diversas partes do pais. Dentre suas obras mais conhecidas destacam-se Monumento Os Candangos, Monumento à Juventude Brasileira, Carcará Meteoro,

Pedra Miliar, ídolo, Ritual, entre outros. Suas obras hoje estão no acervo dos principais museus do Brasil e do exterior, e podem ser vistas em espaços públicos de diversos países.

 

“Considero um privilégio, um dom, ser escultor, criar. Isso sempre esteve presente na minha vida. E o artista não pode parar, não tem limites. Para nós, o único meio de parar é morrer.” 

Bruno Giorgi

Catálogo virtual

Exposição realizada na Multiarte.