Rubens Gerchman

Apresentação

A partir do dia 14 de março de 2007, o público cearense vai poder visitar a exposição Rubens Gerchman (1942) Pinturas e objetos, com obras inéditas do artista.

A exposição é composta por dezesseis pinturas atuais e uma histórica, a imagem de sua célebre “Lou”, personagem extraída das crônicas policiais do Rio de Janeiro, além de cinco objetos, entre eles alguns criados na década de 1970 – as cartilhas no superlativo – Lute e Ar.

Na trajetória de pouco mais de quarenta anos de vida artística, Gerchman participou de todos os movimentos de vanguarda, propondo uma nova linguagem nas artes visuais. Foi um dos participantes do movimento denominado Tropicália e hoje, um grande projeto ligado ao movimento faz itinerância pelos principais museus do mundo.

A exposição, que estará em cartaz de 14 de março a 7 de maio de 2007, funcionará de terça a sexta-feira, das 14 às 20 horas.

Frederico Morais, um dos maiores críticos de arte de todos os tempos, comenta sobre a obra do artista em artigo publicado em 1981: “Poucos pintores brasileiros terão enriquecido tanto nossa arte ou, em sentido mais amplo, o imaginário nacional quanto Gerchman. O volume torrencial de imagens que criou em vinte anos de carreira é sensacional. Algumas dessas imagens são definitivas e marcam época, como A Bela Lindonéia, obra-síntese do tropicalismo, e as multidões negras dos anos 1960. Na verdade, estas imagens vão além do campo estético, têm uma dimensão sociológica, antropológica, política, tocam fundo a alma do país. São imagens necessárias, que falam das alegrias e das angústias do brasileiro. É como se Gerchman, ao criar imagens que são suas, fruto de sua imaginação, estivesse, simultaneamente, atendendo à necessidade do povo de cristalizar em imagens, o que pensa do país, do seu cotidiano difícil”.

A Multiarte, no seu firme propósito da valorização da arte brasileira, inicia a partir de 2007, uma série de exposições de artistas contemporâneos com uma visão histórica a partir da década de 1960, e ninguém melhor do que Rubens Gerchman para iniciar estas mostras. Na sua trajetória de pouco mais de quarenta anos de vida artística, participou de todos os movimentos ligados à vanguarda brasileira, propondo uma nova linguagem para as artes visuais. Foi um dos participantes do movimento denominado Tropicália, é de sua autoria a capa do disco Tropicália ou Panis et Circensis, 1967, com a imagem dos artistas, e hoje, um grande projeto focado na Tropicália faz itinerância pelos principais museus do mundo.

Conviveu com Lygia Clark (1920-1988), Helio Oiticica (1937-1980), Antonio Dias (1944), Roberto Magalhães (1940) e Amílcar de Castro (1920-2002). Seu espírito inquieto e transgressor o levou, ainda muito jovem, a ter o reconhecimento do meio intelectual. Expôs nos principais museus do Brasil e recebeu os maiores prêmios em todas as categorias que trabalhou.

Nesta época, o Brasil passava por grandes transformações culturais. Gerchman viveu praticamente toda a evolução de outros movimentos, inclusive a do cinema. O diretor Joaquim Pedro de Andrade o convida para ser o cenógrafo de Macunaíma e Glauber Rocha convive com o artista no seu ateliê de Nova York.

Frederico Morais, um dos maiores críticos de arte de todos os tempos, comenta sobre a obra do artista em artigo publicado em 1981: “Poucos pintores brasileiros terão enriquecido tanto nossa arte ou, em sentido mais amplo, o imaginário nacional quanto Gerchman. O volume torrencial de imagens que criou em vinte anos de carreira é sensacional. Algumas dessas imagens são definitivas e marcam época, como A Bela Lindonéia, obra-síntese do tropicalismo, e as multidões negras dos anos 1960. Na verdade, estas imagens vão além do campo estético, têm uma dimensão sociológica, antropológica, política, tocam fundo a alma do país. São imagens necessárias, que falam das alegrias e das angústias do brasileiro. É como se Gerchman, ao criar imagens que são suas, fruto de sua imaginação, estivesse, simultaneamente, atendendo à necessidade do povo de cristalizar em imagens, o que pensa do país, do seu cotidiano difícil”.

Em 1975, Gerchman fez a grande revolução no ensino das artes no Brasil, criando a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, espaço antes denominado Instituto de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Do Parque Lage saíram os maiores expoentes da arte contemporânea da atualidade.

A exposição apresentada é composta por dezesseis pinturas atuais e uma histórica, a imagem da sua célebre “Lou” personagem extraída das crônicas policiais do Rio de Janeiro e cinco objetos, entre eles, alguns criados na década de 1970, as cartilhas no superlativo – Lute e Ar.

Max Perlingeiro

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