Miquel Barceló

Apresentação

A Galeria Multiarte apresenta a partir de 18 de novembro, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição individual do prestigiado artista espanhol Miquel Barceló (1957). Na mostra, será apresentada sua produção recente exibida no ano passado nos Estados Unidos e na Ásia.

O artista é o pintor da aclamada cúpula da Câmara dos Direitos Humanos e Aliança das Civilizações, Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, que tem aproximadamente 430 m², e na qual ele imprimiu o fundo do mar, usando 60 toneladas de tinta, em um trabalho que durou treze meses. A obra foi uma doação do governo espanhol para a ONU, em 2007. Outra grande obra do artista que merece destaque é a instalação executada durante um período de seis anos, entre 2000 e 2006, na Capela do Santíssimo na Catedral de Santa Maria, arquitetura do século XVI, em Palma de Maiorca, na Espanha. A Capela foi revestida com imensos painéis contínuos de cerâmica policromada (300m²) e cinco vitrais de 12 metros de altura.

Com capacidade de trabalho surpreendente e atuando em múltiplos suportes – pintura, escultura, murais, cerâmica, desenho, ilustração de livros – Barceló se divide entre os seus ateliês de Paris, o de cerâmica em Palma de Maiorca, sua terra natal, e o de Mali, na África. Foi o artista mais jovem a se apresentar no Museu do Louvre e esteve presente na Bienal de Veneza, na Bienal de São Paulo, e na Documenta de Kassel, na Alemanha. Realizou retrospectivas em instituições de renome, como o Centro Pompidou, em Paris; o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri; o Museu Rufi no Tamayo, no México e o Museu Guggenheim Bilbao, na Espanha.

No Brasil, Barceló expôs em 2000, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), e em 2003, na Pinacoteca do Estado, em São Paulo. Ambas eram itinerâncias de mostras vindas de outros países, com o apoio do governo da Espanha. O diferencial desta mostra é que ela foi pensada pelo curador Max Perlingeiro junto com o artista, especialmente para as três sedes da Pinakotheke: São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. A primeira delas foi realizada em maio na Pinakotheke São Paulo e a segunda em setembro na Pinakotheke Cultural no Rio de Janeiro.

Na Multiarte serão apresentadas 18 obras, dentre pinturas e esculturas. A mostra também como atividade complementar a exibição de três filmes: “Mar de Barceló”, produzido durante a execução da cúpula das nações da ONU, e Mar de Fang  referência ao processo criativo da Catedral de Palma de Maiorca e “Los pasos dobles”, uma performance criada em cima da figura do escritor e pintor francês François Augiéras (1925-1971), que enterrou sua obra magna – grandes pinturas feitas em um bunker militar no deserto em Mali –, pois achava que não era para ser apreciada por pessoas daquela época.

Para compreender as referências e o processo do artista, montou-se também um “gabinete de curiosidades”, com elementos e objetos pessoais caros à composição de sua obra e que nunca haviam saído de seu ateliê parisiense, portanto, inédito para o público.

A exposição será acompanhada de um livro (Edições Pinakotheke), com 203 páginas, bilíngue, que reúne uma entrevista do artista ao crítico Adriano Pedrosa, textos de Max Perlingeiro e do pensador espanhol Enrique Juncosa e imagens da coleção, além de uma cronologia sobre a vida e a obra de Miquel Barceló.

Dentre as pinturas apresentadas na exposição estarão os quadros brancos, feitos somente com esta cor, mas com texturas diferentes, que formam diversos desenhos. “Como podem perceber, cada nova camada apaga, mas também deixa uma transparência. Estes quadros são cada vez mais sintéticos, cada vez há menos coisas, e estão mais apagados. Há muitas camadas de pintura, tornando-se espesso no centro, tudo acontece por baixo, é quase invisível, conta o artista em entrevista a Adriano Pedrosa.

O crítico de arte espanhol Enrique Juncosa afirma, no livro que acompanha a exposição, que a cor branca sempre esteve presente no trabalho de Barceló. Sobre a origem dos quadros totalmente brancos ele diz: “No Pavilhão Espanhol da Bienal de Veneza de 2009, Barceló apresentou, entre outros, dois quadros brancos de grande formato, Mare tranquilitas e Mare nectaris (2008), de novo sobre o ritmo e a forma das ondas admiradas de uma praia. O tema das ondas e da espuma do mar, iniciado nas Canárias, e depois com esses dois grandes quadros exibidos em Veneza, é o ponto de partida dos últimos quadros brancos que Barceló pintou desde 2012, tal como os apresentados aqui”.

Além dos quadros brancos, também serão apresentadas pinturas de frutas, como tomates partidos. “Como um contraponto à ‘série branca’, ‘os frutos’, obras de grande formato com tomates e figos que explodem no meio da tela. Suas telas brancas persistem há mais de duas décadas. Quando regressou de uma longa temporada na África, em 1988, sua pintura antes densa e cheia de referências culturais e autobiográficas, transforma-se em enormes extensões de paisagens brancas. Um branco que não significa ausência”, afirma Max Perlingeiro.

“A exposição inclui também alguns quadros de frutas e tomates partidos, que contrastam com os quadros brancos por sua intensidade cromática, pois são em sua maioria vermelhos. Em um desses quadros, o intitulado Tomate-Mars (2013), um jogo com o nome que se dá ao planeta vermelho, Marte, a metade do tomate que vemos tem algo de planeta habitável, com um interior que sugere movimento perpétuo, como uma caldeira em ebulição”, ressalta o crítico espanhol Enrique Juncosa no livro que acompanha a mostra.

As cerâmicas são outro destaque da trajetória do artista. Se a experiência com a pintura está presente desde o início de sua obra, o interesse pela cerâmica começa em Mali, em 1995. Desde então, o artista dedicou-se a aprender técnicas em Maiorca, França e Itália e a cerâmica tornou-se um dos suportes fundamentais de sua produção. Para a exposição, foram selecionadas cerâmicas no seu ateliê em Vilafranca de Bonany (pequeno vilarejo em Maiorca) instalado numa antiga fábrica de artefatos de cerâmica. “O artista trabalha com a imperfeição da matéria. É um trabalho solitário e bruto onde ele não admite colaboração. São obras autorais. Uma luta incessante entre o homem e a matéria. O artista explora ao máximo o imprevisível e depois recobre com desenhos ou fuligem do resíduo das chaminés, onde um novo processo se inicia”, diz Max Perlingeiro.

Sobre as cerâmicas, Enrique Juncosa escreve: “As cerâmicas mais inovadoras que apresentamos aqui, neste livro são pretas. Foram produzidas a partir de uma forma inventada pelo artista. Uma vez cozidas, foram colocadas nas chaminés do forno e ficaram cobertas da fuligem proveniente da fumaça. Depois, fixou a fuligem com um fixador transparente, mas o aspecto continua sendo frágil, como se fosse desprender se alguém as sustentasse com a mão o tentasse limpá-las com um pano”.

“Na cidade do interior de minha primeira juventude, tínhamos vergonha de certas medíocres esculturas equestres de nossos esquecidos generais, medíocres caudilhos, crueis etc., aos pés dos quais nas tardes de domingo de inverno, frias e úmidas, marcávamos encontros com moças que, em geral, não apareciam. Ficávamos, então, a olhar aqueles cavaleiros esquecidos… pedestal, subpedestal, ferradura, solas grossas… e um pombo zangado na ponta da lança ou no capacete constelado de respingos esbranquiçados. Embora seja o título da obra, também podemos encontrar uma relação com as pesquisas de Wilhelm Reich e suas superposições orgânicas inorgânicas, como um sanduíche, pão-salada-queijo-pão-mostarda-presunto-pão. Algo assim.”
Miquel Barceló

Espaço expositivo

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