Rubem Grilo

Apresentação

A exposição RUBEM GRILO EM DUAS DIMENSÕES, na Galeria MULTIARTE, apresenta dois momentos do artista. O primeiro abrange o intervalo de 1972 – 1984 – época de formação e amadurecimento – e, o outro, composto por duas séries miniaturas. Todas as obras são xilogravuras.  A xilogravura é a técnica de impressão gráfica utilizando a madeira gravada como matriz.

Trata-se de uma exposição com um número significativo de obras, no total de 154 gravuras

As 22 obras em formatos maiores (1972 -1984) permitem uma visão retrospectiva, ao pontuar a trajetória com trabalhos que refletem as mudanças que se sucedem ao longo desse período. As obras realizadas em 1972 e 1973 estão sendo mostradas pela primeira vez, sendo inéditas. Pertencem ao estágio de iniciação cujas referências absorvem as raízes do Expressionismo e da xilografia popular como dois parâmetros estéticos determinantes nos procedimentos dessa mídia, enraizados na cultura nacional a partir do Modernismo.

As xilogravuras em formatos miniaturas apresentam-se em duas séries: Capilares e Objetos Imaturos.

Capitular é a primeira letra, com tratamento decorativo, que abre o texto. Aparecem nos manuscritos medievais, e, é largamente utilizada na tipografia. A capitular como os demais ornatos tipográficos: vinhetas, frisos, etc., têm vínculos diretos com a xilogravura, que é a técnica utilizada na origem da impressão de textos e imagens.

Objetos Imaturos são utilitários anômalos, a partir de sapatos, cadeiras, bengalas, copos, tesouras, etc. As obras são desenvolvidas considerando que o humor, inerente na concepção dessas obras, aflora na compreensão do erro.

 

SOBRE A SELEÇÃO DAS OBRAS

 

A exposição se propõe estabelecer contrapontos: nos formatos das obras, nas fases presentes e  ao se propor complementar.

A escala de uma obra induz solucionar questões específicas de ocupação do espaço e sobre a representação temática. Ao sair de um formato maior para um espaço minúsculo surge de imediato a descontinuidade e a necessidade de síntese que podem servir com uma oportunidade de revisão e de escolha.

As obras em miniaturas pertencem a esse momento de inventário, de abertura temática, sem hierarquização, em benefício do prazer lúdico e poético.

A exposição da Galeria MULTIARTE acontece simultaneamente com outra exposição do artista na Caixa Cultural Fortaleza, o que fortalece sua presença na cidade.

A Galeria MULTIARTE, ao optar em mostrar obras pertencentes a outros estágios, soma e complementa o conhecimento deste artista, considerado um dos mais importantes gravadores vivos do país.

SERVIÇO:

Galeria Multiarte: Rua Barbosa de Freitas 1727, 60170-021, Fortaleza, CE

Tel.: 85-3261-7724

E-mail: [email protected]

Horário de funcionamento: De segunda a sexta-feira das 10 as 19 horas.

Período da exposição: De 16 de janeiro a 8 de fevereiro de 2013.

 

ALGUMAS CITAÇÕES PUBLICADAS SOBRE O ARTISTA

RUBEM GRILO

“A leveza de sua linha – um verdadeiro milagre feito na madeira – a acuidade de suas observações, a perfeita organização de seu espaço, e o doloroso humor e a atordoante beleza de seu desenho são as principais características de sua obra”…

Ziraldo – Revista Graphis, Suíça 1981

 

UM GRAVADOR DE QUALIDADE

“A exposição de xilogravuras de Rubem Grilo merece atenção e reflexão. Primeiro porque se trata de trabalhos da melhor qualidade como técnica e concepção; segundo porque implica uma tomada de posição importante com respeito à função do gravador e, por extensão, do artista num país como o nosso”…

Ferreira Gullar – Revista Istoé, 10 agosto 1983

 

RUBEM GRILO: O SENTIMENTO EM JOGO

“O fato é que é impossível permanecer indiferente à xilogravura de Rubem Grilo, por menor que ela seja”…

Frederico Morais – O Globo, 15 setembro 1985

 

RUBEM GRILO – CAMINHOS DA RAZÃO

“Às vezes Rubem Grilo parece trabalhar como se faltassem palavras para um universo e fosse necessário torná-lo presente em imagem. É como se Grilo pensasse com a faca de gravar, pensasse gravando. Pensar seria um corte na matriz. Nos últimos anos, Rubem Grilo foi acometido de uma estranha enfermidade. Existe no ar uma epidemia de imagens. O artista tem gravado milhares, muito milhares de pequeninas matrizes que proliferam. O resultado é um inventário vasto, embora deliberadamente incompleto, que contradirá todo furor classificatório. É como se Grilo esculpisse cada nota de uma monumental sinfonia. Por vezes, o que se anuncia é um (des)concerto: “O trabalho tem muito de orquestração, como um Debussy, que põe uma nota e se entusiasma por ela. No fundo a linha, o ponto têm uma coisa musical”. O conjunto gravado é um imenso exercício de reconhecimento do espaço”…

Paulo Herkenhoff – Catálogo Exposição, CCBB , 1996

O LIMITE DAS IMAGENS

“Ao produzir pequenas e numerosas xilogravuras Rubem Grilo depura sua arte e desafia os padrões convencionais”…

Revista Veredas – CCBB, abril 1996

 

RUBEM GRILO – EM CARNE VIVA

“Dominando a técnica da xilogravura como poucos e manifestando sua identidade com o expressionismo, Rubem Grilo não escolhe o caminho mais fácil. Ao contrário, já no próprio campo da história da arte no Brasil tem dois antecedentes que preenchem todo este capítulo: Goeldi e Iberê Camargo. Essas obras paradigmáticas – para não falar da pioneira Anita Mafaltti e das séries de Flávio de Carvalho de retratos de sua mãe – projetam os limites do expressionismo no Brasil estabelecendo valores sob os quais qualquer aventura nesse território será julgada. Por isso, nesses tempos de muita eletrônica na indústria gráfica com seus computadores, fotolitos a laser e tudo, reiterar o aspecto artesanal da xilo poderia cair num mero exercício de virtuosismo técnico ou num elogio nostálgico do trabalho manual. Quem lhe salva é a acidez corrosiva da crítica expressiva que exige a destruição da pele e a exposição em carne viva dos personagens”…

Paulo Sérgio Duarte – Catálogo Exposição,  Paço Imperial , 1998

Nascido em Pouso Alegre , Minas Gerais, em 1946, realizou suas primeiras xilogravuras em 1971. Ilustrou diversos jornais de 1973 a 1985, ano em que publicou o livro Grilo xilogravuras (Circo Editorial). Desde então, dedica-se essencialmente à sua obra, tendo realizado cerca de sessenta mostras individuais no Brasil e no exterior, bem como tomado parte de aproximadamente cento e vinte exposições coletivas, entre as quais se destacam as participações na Bienal de São Paulo em 1985 e 1998. Entre os prêmios recebidos, encontram-se o 2º prêmio da Xylon Internacional, Suíça, em 1990, o Golfinho de Ouro do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro em 2002 e o Prêmio de Artes Plásticas  Marcantonio Vilaça – Ministério da Cultura Funarte, em 2010, referente à aquisição de 500 obras  para o acervo do MNBA-RJ. Obras suas podem ser vistas nas revistas Graphis e Who’s Who in Art Graphic (Suíça), Novum Gerbrauchs­grafik (Alemanha), Print (Estados Unidos) e Idea (Japão). Foi curador das exposições Pensar gráfico (Paço Imperial, 1998), Mostra Rio Gravura (1999) e Impressões – Panorama da Xilogravura Brasileira (Santander Cultural, 2004). Vive e trabalha no Rio de Janeiro

Rubem Grilo

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Fonte: Bom dia CE